A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) solicitou à secretaria técnica que organizasse a 5ª Conferência Regional Intergovernamental sobre o Envelhecimento e Direitos Humanos das Pessoas Idosas na América Latina e no Caribe, com a finalidade de acordar uma estratégia para avaliar o Plano de Ação Internacional de Madri na América Latina e no Caribe. O encontro será realizado entre os dias 13 a 15 de dezembro de 2022, na sede da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), em Santiago do Chile.
O Plano de Ação Internacional resultou da II Assembleia Mundial do Envelhecimento realizada de 8 a 12 de abril de 2002, em Madri/Espanha, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A 5ª Conferência terá a responsabilidade de traduzir em planos de ação regionais o mandato do Plano de Ação Internacional de Madri para o Envelhecimento e examinar os avanços e as lacunas de implementação do Plano na região, como informa Simone Cecchini Diretor do Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia (CELADE), uma Divisão de População da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sediada em Santiago do Chile.
A DÉCADA DO ENVELHECIMENTO
A Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030, declarada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2020, é a principal estratégia para alcançar e apoiar ações de construção de uma sociedade para todas as idades. Tem como base as orientações anteriores, tais como a Estratégia Global sobre Envelhecimento e Saúde da OMS, o Plano de Ação Internacional sobre Envelhecimento da ONU Madrid e as Metas de
Desenvolvimento Sustentável da Agenda da ONU para 2030.
As metas da estratégia lançam luzes sobre ações providenciais a respeito do envelhecimento ativo e saudável, a partir dos questionamentos que agora estão amadurecendo, como as conferências nacionais da proteção dos direitos da pessoa idosa no Brasil, já na quinta edição.
ENVELHECIMENTO NA AMÉRICA DO SUL
O contingente de população envelhecida é expressivo no Brasil, país com população estimada em 212,7 milhões, em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pessoa nascida no Brasil em 2019 tinha expectativa de viver, em média, até os 76,6 anos. Isso representa um aumento de três meses em relação a 2018 (76,3 anos). A expectativa de vida dos homens passou de 72,8 para 73,1 anos e a das mulheres foi de 79,9 para 80,1 anos.
Também a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050; isso representará um quinto da população mundial. Embora o processo de envelhecimento varie em cada nação, o caminho é irreversível. O Uruguai tem 17% de idosos e chegará a 21% em 2025. Até lá, o Chile vai dobrar o percentual de velhos na população, de 10% para 20%, enquanto a Guiana vai triplicar.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)
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