No dia em que o Brasil celebra os 133 anos da Proclamação da República - 15 de novembro de 2022 -, o planeta Terra atinge a marca de 8 bilhões de habitantes, conforme estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, a marca chega com a tendência de diminuição no ritmo de crescimento e expansão das populações idosas. Em meio à uma das maiores crises desde a derrocada financeira de 2008 e 2009, após uma sequência de desastres, como a pandemia do coronavírus, bloqueio no fluxo do abastecimento das cadeias globais, aumento dos juros nos Estados Unidos e o risco de um estagflação, que é uma mistura de alta de preços com estagnação econômica ou até recessão.
O relatório World Population Prospects 2022, da ONU aponta que a expectativa de vida no mundo atingiu 72,8 anos em 2019, o que representa um aumento de quase nove anos desde 1990. Após a queda para 71,0 anos em 2021, como reflexo da pandemia, a projeção é de que a longevidade média global chegue a 77,2 anos em 2050.
Até a metade do século, as Nações Unidas estimam que o número de pessoas com mais de 65 anos será maior do que o dobro do número de crianças com menos de 5 anos de idade. Atualmente, existem 1,1 bilhão de idosos no mundo, com 60 ou mais anos de vida. A projeção para 2100 é da chegada aos 3,1 bilhões, triplicando a população idosa.
REDUÇÃO DA FECUNDIDADE NO MUNDO
A redução da taxa de fecundidade está entre os fatores que influenciam na inversão da pirâmide etária, em que há encolhimento da população jovem e expansão do número de idosos. Tal redução é uma tendência geral do processo de modernização e desenvolvimento, mas preocupa quando deixa de ocorrer dentro de um campo democrático.
Embora a população mundial continue em crescimento, o ritmo é cada vez menor, com previsão de crescimento zero em 2086, com a população mundial começando a cair, a partir do ano seguinte. Em países como a Nigéria, há a projeção de que passe os Estados Unidos e torne-se a terceira maior população do mundo. De acordo com as estimativas da ONU, há uma probabilidade de 95% de que, em 2100, a população global esteja entre 8,9 bilhões e 12,4 bilhões.
Segundo informações das Nações Unidas, em 2021, a fecundidade média da população mundial era de 2,3 nascimentos por mulher ao longo de uma vida. Em 1950, o número era de 5. Até 2050, a expectativa é de que a média global seja reduzida para 2,1 nascimentos por mulher.
Também a expectativa de vida ao nascer era maior para as mulheres do que para os homens, em 2019, 73,8 para o sexo feminino e 68,4 para a parcela masculina.
DESIGUALDADE TAMBÉM CRESCE
O relatório da ONU também evidencia a desigualdade social em diferentes países, com projeção de que mais da metade do aumento populacional até 2050 deva ocorrer em oito países: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e a República Unida da Tanzânia.
Em todos os oito países, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é menor do que 0,8 (0,571, 0,731, 0,498, 0,633, 0,535, 0,544, 0,699 e 0,549, respectivamente), segundo relatório da ONU divulgado em setembro.
De acordo com as Nações Unidas, índices entre 0,550 e 0,699 são considerados medianos, enquanto de 0,700 a 0,799 são tido como altos. Acima de 0,8, o IDH é considerado muito alto. Para chegar ao índice, são considerados critérios de saúde, educação e padrão de vida.
CRISE AO ESTILO CAPITALISTA
Perdas financeiras expressivas e ruína relatam o que aconteceu com as empresas de tecnologia em junho. A multinacional norte-americana Apple, que projeta e comercializar produtos eletrônicos de consumo, software de computador e computadores pessoais, deixou de ser a empresa mais valiosa do mundo. O título voltou para petroleira saudita Aramco.
Outras big techs tiveram um desempenho pior ainda. Traduzido do inglês, Big Tech, também conhecido como Big Four ou Big Five, é um nome dado às quatro ou cinco empresas mais dominantes na indústria de tecnologia da informação dos Estados Unidos. Atualmente, o Big Four consiste em Alphabet, Amazon, Apple e Meta - com a Microsoft completando o Big Five.
O processo revive um mecanismo próprio do capitalismo: após a recessão de 2008, as cinco grandes da área tecnológica dos EUA (Apple, Google, Facebook, Amazon e Microsoft) compraram mais de 100 companhias, fazendo com que as grandes fiquem maiores, enquanto os pobres ficam mais pobres.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)
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